segunda-feira, 25 de maio de 2015

Não seja professor

Por Vladimir Safatle

Quem escreve este artigo é alguém que é professor universitário há quase 20 anos e que gostaria de estar neste momento escrevendo o contrário do que se vê obrigado agora a dizer. Pois, diante das circunstâncias, gostaria de aproveitar o espaço para escrever diretamente a meus alunos e pedir a eles que não sejam professores, não cometam esse equívoco. Esta "pátria educadora" não merece ter professores.
Um professor, principalmente aquele que se dedicou ao ensino fundamental e médio, será cotidianamente desprezado. Seu salário será, em média, 51% do salário médio daqueles que terão a mesma formação. Em um estudo publicado há meses pela OCDE, o salário do professor brasileiro aparece em penúltimo lugar em uma lista de 35 países, atrás da Turquia, do Chile e do México, entre tantos outros.
Mesmo assim, você ouvirá que ser professor é uma vocação, que seu salário não é assim tão ruim e outras amenidades do gênero. Suas salas de aula terão, em média, 32 alunos, enquanto no Chile são 27 e Portugal, 8. Sua escola provavelmente não terá biblioteca, como é o caso de 72% das escolas públicas brasileiras.
Se você tiver a péssima ideia de se manifestar contra o descalabro e a precarização, caso você more no Paraná, o governo o tratará à base de bomba de gás lacrimogêneo, cachorro e bala de borracha. Em outros Estados, a pura e simples indiferença. Imagens correrão o mundo, a Anistia Internacional irá emitir notas condenando, mas as principais revistas semanárias do país não darão nada a respeito nem do fato nem de sua situação. Para elas e para a "opinião pública" que elas parecem representar, você não existe.
Mais importante para elas não é sua situação, base para os resultados medíocres da educação nacional, mas alguma diatribe canina contra o governo ou os emocionantes embates entre os presidentes da Câmara e do Senado a fim de saber quem espolia mais um Executivo nas cordas.
No entanto, depois de voltar para casa sangrando por ter levado uma bala de borracha da nossa simpática PM, você poderá ter o prazer de ligar a televisão e ouvir alguma celebridade deplorando o fato de o país "ter pouca educação" ou algum candidato a governador dizer que educação será sempre a prioridade das prioridades.
Diante de tamanho cinismo, você não terá nada a fazer a não ser alimentar uma incompreensão profunda por ter sido professor, em vez de ter aberto um restaurante. Por isso o melhor a fazer é recusar-se a ser professor de ensino médio e fundamental. Assim, acordaremos um dia em um país que não poderá mais mentir para si mesmo, pois as escolas estarão fechadas pela recusa de nossos jovens a serem humilhados como professores e a perpetuarem a farsa.

2° ano Avaliação Mensal













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 Meninas Fáceis, Luiz Felipe Pondé


 E aí, leitor de 15 anos. Diga-me cá uma coisa: é verdade que as meninas hoje transam muito? Quantas já deram em cima de você, fazendo você se sentir um frouxo se "não comparecer" quando ela quiser?

Atenção terapeutas de plantão: não me venham dizer que as meninas hoje em dia "evoluíram" e que querem meninos sensíveis, porque, para elas, meninos sensíveis só são bons para tirar sarro. E que fiquem fora da cama delas. Ou seria fora do carro delas? E aí, leitora de 40 anos, você acha esse papo muito vulgar?

Sinto muito, as meninas "evoluíram" e agora são senhoras dos seus desejos e isso basicamente quer dizer: são fáceis. Quer saber? Acho uma hipocrisia ficar lamentando que as meninas estejam transando por aí. Todo esse estardalhaço com relação "as pulseiras do sexo" é puro blá-blá-blá. Se as meninas estão transando por aí, é porque dissemos a elas que isso é legal, não?

Vejamos. Mas, antes, um reparo.

Repito o que já disse: não acredito que se faça melhor sexo hoje em dia, acho sim que hoje existe muito marketing, muito papo furado, muita mulher sozinha que se veste pra si mesma num ritual macabro de vaidade e... muita gente brocha.

A chamada "revolução do desejo" serve para ganhar dinheiro com publicidade, livros de sexo chique e para aumentar a sensação, em seres humanos reais, de que todo mundo está transando menos você.

Mães de 50 anos se deliciam em vender a imagem de si mesmas como máquinas de sexo. Na realidade, no silêncio de seu quarto escuro, são umas invejosas, que queriam ser como suas filhas: mulheres fáceis.

Professoras inseguras com seus corpos cansados, atônitas com a inutilidade última de toda sua inteligência diante da chacina que é a vida cotidiana, invejam as suas alunas deliciosas que desfilam pernas e seios por aí, dançando a dança do acasalamento. Sim, deveriam tê-las avisado que a vida se repete exatamente naquilo em que ela é miserável: medo, inveja, baixa autoestima e abandono.

Cursos chiques trabalham o corpo para que ele seja fácil de manipular na cama, no carro, no banheiro.

Teorias psicológicas e filosóficas empacotam a vontade de ser fácil em papel de presente fingindo que existe mesmo uma coisa chamada "sexo revolucionário". E aí, quando os padres fazem sexo com meninos, os revolucionários de meia pataca põem o rabo entre as pernas e se escondem porque não têm coragem de enfrentar o horror do sexo "livre".

Não existe sexo livre, existe apenas sexo sem amor.

Comédias de TV idealizam mulheres urbanas que transam assim como quem corre em esteiras aeróbicas (ou seriam "anaeróbicas"?), calculando o "tamanho" de seus homens, se gabando, assim como homens boçais, da quantidade de vezes que gozam.

Músicas nas festas das escolas e nos aniversários de crianças cantam a banalidade dos gestos sexuais, fixando os olhos vazados das meninas no desejo de crescer o bastante para serem fáceis. Programas infantis ensinam a vulgaridade como forma de liberdade corporal na frente das câmeras. Programas "teens" de TV elevam ao grau de guru quem transa aos dez anos, contanto que use camisinha. Pedagogas, sob o signo de preparar para a vida, barateiam os corpos das meninas ensinando sexo fácil como se fosse sexo seguro.

Salvem as baleias, as focas, o verde, o planeta, os "baby monkeys", mas transem fácil.

A forma como o aborto é tratado (todo mundo é a favor, menos os "tolinhos") é prova de como o sexo e as meninas são artigo vendido às dúzias nas feiras de periferia. É isso aí: mulher fácil é mulher barata. Tem mais mulher do que homem no mundo (não estou seguro dessa informação, mas todo mundo diz que sim, principalmente as mulheres solitárias) e, com a liberação delas, o preço ainda caiu mais. A melhor coisa que existe para um cara que quer uma mulher barata é que ela pague suas contas.

Alguém precisa parar de mentir e avisar para essas meninas que a vida é uma chacina cotidiana. Que o envelhecimento chega sem que você espere, que o mundo fica repetitivo com o tempo, que as pessoas ficam previsíveis e que sexo fácil é sempre sexo sem amor. Avisem a elas que o amor é raro, difícil, caro, duro de encontrar, morre fácil, porque é sempre mal-adaptado num ambiente mais afeito a baratas do que a seres humanos.

Enfim, que uma das lutas contínuas da civilização é contra a indiferença porque homens e mulheres não são especiais e existem às dúzias por aí, a gargalhadas, como bonecos de cera sem graça.

ponde.folha@uol.com.br

Folha de São Paulo – 03-05-2010

2° ano atividade 5

Elabore três desenhos coloridos em folha sulfite sobre os temas estudados:

Esclarecimento e autonomia X Menoridade e heteronomia (1);

Os imperativos da razão: categórico (2) e hipotético (3).

2° ano atividade 4

Textos para leitura em sala de aula:

decisoes morais contardo calligaris

maduros até a página dois -rosely sayão


ética luiz felipe pondé

Após a leitura o aluno deverá realizar a síntese das discussões da aula. Tamanho mínimo 20 linhas.

2 ° ano atividade 3

Livro "Filosofando", 
Capítulo 13: leitura páginas 170 a 175- texto de referência para as avaliações
Capítulo 18: leitura páginas 208 e 209, "A moral iluminista";
página 216, leitura em sala e resposta às questões 1 a 4

2° ano atividade 2

Caderno do aluno páginas 37 a 39, atividade 2;
páginas 40 a 43, lição de casa e leitura e análise de texto.

domingo, 24 de maio de 2015

Atividade 5 - 3° ano



Livro Filosofando página 290: leitura e discussão em sala do texto “Eficácia e Limites do Domínio Científico”. Responder às questões 1, 2 e 3.
Elaborar o vocabulário do texto, no mínimo 10 palavras.

Atividade 4 - 3° ano

Atividade coletiva de discussão dos textos a seguir:



"O Sentido Da Vida Parte 1" -Francisco Daudt

Do ponto de vista da mãe natureza nós já nascemos com o sentido da vida, embutido em nossos softwares cerebrais, completamente pronto.

Dizem os genes masculinos para os seus portadores: “Procrie o mais que puder com o maior número de mulheres possível, escolhendo sempre as mais belas, as mais jovens, as mais dóceis, as mais inteligentes e as mais atenciosas com suas crias. Dê alguma atenção e ajuda a elas para que suas crias não sejam prejudicadas, mas nada que te impeça de partir para a próxima. De preferência, tenha um harém bem cuidado por eunucos (você não vai querer criar filhos de outros, claro) e vá incorporando novas pelos mesmos critérios. Para isso, você precisa se preparar desde o início da vida: torne-se belo, forte, alto, inteligente, mas sobretudo rico e poderoso. Lidere guerras que possam tomar do inimigo (qualquer outro homem) suas posses e suas mulheres, pois isto te enriquecerá e encherá teu harém mais ainda (um sultão do século 19 teve 840 filhos, um exemplo de homem comandado por seus genes). Se a política do seu pais te obrigar à monogamia, drible-a, sendo um polígamo seriado: você tem dinheiro para sustentar oito ex-esposas e suas crias, e você tem tempo para isto, já que os homens não envelhecem, podem continuar acumulando dinheiro e poder, além de serem férteis até a morte.”
Dizem os genes femininos para as suas portadoras: “Procrie o mais que puder com os homens mais belos, altos, fortes, inteligentes, agressivos, mas sobretudo ricos e poderosos. Se possível, case-se com um deles e cuide para que ele te prestigie e te dê garantias de provimento, para você e suas crias pelo maior tempo possível. Se você não conseguir um topo de linha, pode se casar com um mais ou menos: você sempre pode se oferecer e procriar com o patrão dele sem que ele saiba, e colher bons genes poderosos para suas crias, desde que a aparência delas não seja testemunha da sua traição. Prepare-se para isso: comece cedo, você não tem muito tempo, e juventude é seu maior cacife. Procure ser bela, e o sendo, pareça recatada: isto aumenta seu preço de compra e ilude o homem com presumida fidelidade sua. Não conseguindo ser bela, pode ser atirada e oferecida, mas procure parecer bela, usando todos os expedientes ao seu alcance para isto. O mesmo serve para a juventude (velhas nunca foram símbolos sexuais): pareça sempre jovem. Malhação, plásticas e pintar os cabelos servem a isso. Cuide bem de suas crias, pois serão raros os homens que se preocuparão com isto.”
É, a natureza é cínica e cruel para atingir seus objetivos. Ao ponto de os biólogos dizerem que a galinha é uma máquina inventada pelo ovo para fazer outros ovos.
Mas nós somos um bicho que pensa, que deseja ética, que filosofa, e que, portanto, busca um sentido na vida que difira daquele dos genes. Isto resultou em que há inúmeros “sentidos da vida” criados por nós, mas meu objetivo era falar do que ninguém fala: da natureza humana, esta força poderosa que carregamos ser saber.
Material publicado na coluna “Natureza Humana”, da Folha de São Paulo.




“100%”,  LUIZ FELIPE PONDÉ 

Atenção, pecadores e viciados em sexo, comida, bebida, dinheiro e poder: vocês estão ultrapassados. Há uma nova ganância no ar: a mania de qualidade de vida e saúde total. Esta ganância é o que o jornal “Le Monde Diplomatique” já chamava de “la grande santé” (“a grande saúde”) nos anos 90. A mania de ter a saúde como fim último da vida.
Acho isso antes de tudo brega, mas há consequências mais sérias que um simples juízo estético para esta nova forma de ganância. Consequências morais, políticas e jurídicas: o controle científico da vida.
Agora esses fanáticos estão a ponto de demonizar o açúcar, a gordura e o sódio. Querem fotos de gente morrendo de diabetes no saco de açúcar ou de ataque cardíaco nas churrascarias. O clero fascista da saúde não para de botar para fora sua alma azeda.
Mas, como assim, ganância? Sim, esta ganância significa o seguinte: quero tirar do meu corpo o máximo que ele pode me dar. Inevitavelmente fico com cara de monstro narcisista quando dedico minha vida à saúde total. Sempre sinto um certo ar de ridículo nesses pais que obrigam seus filhos a comer apenas rúcula com pepinos e cenoura desde a infância.
Suspeito que os “purinhos”, no fundo, se deliciam quando veem fumantes morrerem de câncer ou carnívoros morrerem do coração. Sentem-se protegidos da morte porque vivem como “pombinhos da saúde”. São medrosos. A vida é desperdício, e ganancioso não gosta disso.
No caso da morte, probabilidade é como gravidade: 100% de certeza. Logo, a luta contra a morte é uma batalha perdida, nunca uma vitória definitiva.
Se você não morrer de acidentes (carro, avião, atropelamentos, assaltos, homicídios) ou de epidemias (tipo pestes) ou por endemias (tipo doença de chagas), ou de doença metabólica (tipo diabetes) ou de doenças cardiovasculares (tipo AVC ou acidente cardiovascular e ataque cardíaco), você sempre morrerá de câncer.
Claro, ainda temos contra (ou a favor) a tal herança genética. Você passa a vida comendo rúcula e morre de AVC porque suas “veias” não valem nada. Que pena, passou uma vida comendo comida sem graça e morreu na praia. E vai gastar dinheiro com hospital do mesmo jeito, ou, talvez, mais ainda. Sorry.
Logo, caro vegetariano, escapando de doenças cardiovasculares porque você evitou (religiosamente) gorduras supostamente desnecessárias, você pode simplesmente morrer de câncer porque deu azar com o pai que teve ou porque, no fim, tudo vira câncer, não sabia?
Um dia, esses maníacos da saúde total desejarão processar os pais por terem deixado que eles comessem coxinhas e brigadeiros quando eram crianças ou porque simplesmente tinham maus genes em seus gametas.
Sinceramente, não estou convencido de que viver anos demais seja muito vantajoso. Sem “abusar” da comida, da bebida, do tabaco, do sexo, das horas mal dormidas, não vale a pena viver muitos anos.
A menos que eu queira ser uma “freira feia sem Deus”, o que nada tem a ver com freiras de verdade, uso aqui apenas a imagem estereotipada que temos das freiras como seres chatos, opressores e feios , ou seja, uma pessoa limpinha, azeda e repressora.
Como diz meu filho médico de 27 anos, “nunca houve uma geração tão sem graça como esta, obcecada por viver muito”. Eu, pessoalmente, comparo esta geração de pessoas obcecadas pela saúde àqueles personagens de propaganda de pasta de dentes: com dentes branquinhos, cabelos bem penteados e com cara de bolha (ou “coxinha”, como se diz por aí).
Dei muita risada quando soube que alguns cientistas estavam relacionando câncer de boca à prática frequente de sexo oral. Será que sexo oral dá cárie também? Terá a vida sentido sem sexo oral? Fazer ou não fazer, eis a questão!
Essa ciência horrorosa da saúde total deverá logo descobrir que sexo oral faz mal, e aí, meu caro “pombinho da saúde”, como você vai fazer para viver sendo perseguido pela saúde pública? Talvez, ao final, não seja muito problema para você, porque quem é muito limpinho não deve gostar mesmo dessa sujeira que é trocar fluidos e gostos por aí.

"Neurocientista psicopata", VLADIMIR SAFATLE

James Fallon era um neurocientista norte-americano envolvido em pesquisas sobre as relações entre padrões anatômicos do cérebro de psicopatas e comportamento criminoso. Sua hipótese era a de que existiam distinções anatômicas sensíveis entre criminosos violentos e pessoas "normais". Imbuído da certeza de que a anatomia é o destino, lá foi Fallon tentar mostrar que a baixa atividade em certas áreas do lobo frontal e temporal, responsáveis pela empatia e compaixão, poderia nos auxiliar a identificar um psicopata.
Mas eis que o inimaginável ocorre. A fim de construir um quadro comparativo, o neurocientista resolveu servir-se de tomografias de si mesmo e de membros de sua própria família. Aterrorizado, Fallon descobriu que seu próprio cérebro tinha similitudes fundamentais com a anatomia cerebral dos psicopatas. Sim, ele mesmo era um psicopata potencial, um "protopsicopata".
"Eu sempre soube", disse sua mulher. Afinal, anos a fio esquecendo o dia do rodízio do carro e não se comovendo com relatos das desfortunas do câncer do seu tio-avô só podiam significar uma indiferença fria e tendencialmente psicopata. "É verdade, eu sempre fui insensível", responde o neurocientista. Mesmo suas ações de caridade, ele agora reconhece, eram feitas sem empatia e sem "real envolvimento", ou seja, sem aquela lágrima no canto dos olhos que escorre furtivamente, como Hollywood nos ensinou.
Mas havia um problema: Fallon não matou ninguém, ninguém reclamou de ter sido estuprada por ele. Por que então o protopsicopata não passou ao ato? "O amor da família me salvou. Ele conseguiu neutralizar o pior". Ao que só podemos responder: "Aleluia, aleluia".
Esta história real demonstra a inanidade especulativa primária de certos setores das neurociências. Pois o que Fallon descobriu não foi sua "protopsicopatia" nem a força redentora do amor familiar, mas a simples ausência de relações diretas entre estados cerebrais e "comportamento criminoso".
A neurologia conseguiu identificar áreas do cérebro, como o giro supramarginal, cujas atividades são fundamentais para a empatia e a compaixão. Mas se eu fosse kantiano, lembraria que a apatia e a desconfiança em relação à compaixão são condições, não apenas para a psicopatia e para o comportamento antissocial, mas para todo comportamento moral, já que a universalidade do julgamento moral exige o não envolvimento especial com sujeitos particulares determinados.
Ou seja, o mesmo estado cerebral pode estar na base de dois comportamentos sociais divergentes, o que demonstra que não há causalidade direta alguma entre estado cerebral e comportamento social. Mas admitir tal evidência deixaria muita gente sem emprego.
 

Atividade 3- 3° ano



Responda aos exercícios a seguir:


01. Ciência, logo previsão; previsão, logo ação: tal é a fórmula simplicíssima que expressa de modo exato a relação geral entre a ciência e a arte, tomando estes dois termos em sua acepção total.

Auguste Comte



A ciência, e apenas a ciência, pode tornar a humanidade aquilo sem o que ela não pode viver, um símbolo e uma lei.

Ernest Renan



A partir das citações anteriores e de seus conhecimentos sobre o assunto, REDIJA um texto explicando a importância da Ciência para o positivismo.


02. A Ciência é o único conhecimento possível e seu método é o único válido para a obtenção do conhecimento verdadeiro. Logo, a busca por causas ou princípios que não sejam acessíveis ao método científico não leva, absolutamente, ao conhecimento. A investigação metafísica, ou seja, a busca por verdades que ultrapassam a matéria, não tem nenhum valor.

De acordo com o texto e com outros conhecimentos sobre o assunto, REDIJA um texto explicando a crítica do positivismo ao conhecimento metafísico.


03. [...] o positivismo baseia-se na identificação das leis causais e no domínio sobre os fatos. O método descritivo pode ser aplicado tanto no estudo da natureza quanto no estudo da sociedade.

De acordo com a citação e com outros conhecimentos relacionados ao positivismo, EXPLIQUE por que as leis causais permitem o domínio dos fatos.


04. O caráter fundamental da Filosofia é tomar todos os fenômenos como sujeitos a leis naturais invariáveis cuja descoberta precisa e cuja redução ao menor número possível constituem o objetivo de todos os nossos esforços, considerando como absolutamente inacessível e vazia de sentido para nós a investigação das chamadas causas, sejam as primeiras sejam as finais.

COMTE, Augusto. Curso de filosofia positiva. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 7. Coleção Os Pensadores.

De acordo com o texto e com outros conhecimentos sobre o assunto, EXPLIQUE o que Comte chama de “causas primeiras” e “causas finais”.





05. Estudando, assim, o desenvolvimento total da inteligência em suas diversas esferas de atividades, desde seu primeiro vôo mais simples até os nossos dias, creio ter descoberto uma grande lei fundamental, a que se sujeita por uma necessidade invariável, e que me parece poder ser solidamente estabelecida, quer na base de provas racionais fornecidas pelo conhecimento de nossa organização, quer na base de verificações resultantes dum exame atento do passado. Essa lei em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nosso conhecimento, passa sucessivamente por três estados históricos diferentes: estado teológico ou fictício, estado metafísico ou abstrato, estado científico ou positivo.

COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva. 2. ed. São Paulo: Abril cultural, 1983. p. 18. Coleção Os Pensadores.

IDENTIFIQUE e EXPLIQUE a tese defendida por Comte na citação anterior. 


06. No positivismo, a Teologia e a Metafísica foram substituídas pelo culto à Ciência, considerada a única capaz de compreender o mundo. O mundo espiritual foi, assim, substituído pelo mundo humano, e as ideias de espírito ou essência foram substituídas pela ideia de matéria.

A partir do trecho anterior, REDIJA um texto explicando por que, na filosofia positiva, o espírito ou essência é substituído pela matéria. 




O Positivismo Segunda Parte - 3° ano





A Lei dos Três Estados

A ideia-chave do positivismo comtiano é a Lei dos Três Estados, a qual ele chamava, inclusive, de “minha grande lei”. De acordo com a teoria comtiana, a humanidade vivenciou três estágios de concepções sobre o mundo, sendo que em cada estágio haveria a ideia de futuro enquanto progresso e, portanto, o estágio posterior seria sempre melhor e mais perfeito do que o anterior.
O conhecimento do mundo aprimorou-se ao longo do tempo, o que levou ao consequente aprimoramento das concepções sobre o mundo. A humanidade avançou de uma condição rudimentar e bárbara para uma condição civilizada de mundo, progresso este que se manifestou no aprimoramento constante dos homens e de suas visões sobre a realidade, o que explicaria, inclusive, as transformações da História.
A lógica que permeia essa teoria é a de que a humanidade, enquanto não houvesse atingido o auge de seu desenvolvimento, conheceria o mundo de forma imperfeita. Porém, essas formas imperfeitas iriam sendo substituídas por outras melhores até que a humanidade chegasse ao último estágio do conhecimento, em que as antigas superstições e os pré-conceitos tornassem-se desnecessários e obsoletos.
Os estágios da humanidade são:
1º estado – Teológico: Nesse estágio, o ser humano explica a realidade apelando para entidades sobrenaturais (os “deuses”). Busca-se, dessa forma, o absoluto e as causas primeiras e finais representadas por questões como “de onde viemos?” e “para onde vamos?”. No estágio teológico, os fenômenos são vistos como produtos da ação direta de seres sobrenaturais cuja vontade arbitrária comanda a realidade.
2º estado – Metafísico: O estágio metafísico é uma espécie de meio-termo entre o estado teológico e o positivo. No lugar dos deuses, há a presença de entidades abstratas, como essência e substância dos seres, para explicar a realidade. Permanece, no entanto, a busca por respostas às questões “de onde viemos?” e “para onde vamos?”. Procura-se, assim, o absoluto, com a diferença de que este não é mais uma divindade, mas sim conceitos abstratos como essência e ideias. Para Comte, as explicações teológica ou metafísica são ingenuamente psicológicas, possuindo importância, sobretudo histórica, como crítica e negação da explicação teológica precedente, mas não encerrando a verdade em si mesmas. Nesse segundo estágio, fala-se de natureza, de povo, etc. como conceitos abstratos e absolutos.
3º estado – Positivo: Essa é a etapa final e definitiva do conhecimento sobre o mundo, na qual não se busca mais o “porquê” das coisas, mas sim o “como” elas são. Esse conhecimento se estabelece por meio das descobertas e do estudo das leis naturais, ou seja, das relações de causa e efeito a que todas as coisas estão submetidas. Nesse estágio, que consiste no apogeu das etapas anteriores, a imaginação é excluída e prioriza-se a observação dos fenômenos concretos, encontrando-se, assim, as leis por detrás de seu funcionamento.


“É no estado positivo que o espírito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter conhecimentos absolutos, renuncia a perguntar qual é sua origem, qual o destino do universo e quais as causas íntimas dos fenômenos para procurar somente descobrir, com o uso bem combinado do raciocínio e da observação, suas leis efetivas, isto é, suas relações invariáveis de sucessão e semelhança.”
COMTE, Augusto. Curso de filosofia positiva.


Para Comte, esses estágios são necessários para a evolução da humanidade e do homem, representando fases de compreensão da realidade que se sucedem rumo à perfeição do saber. Assim, sua Lei dos Três Estágios serviria para compreender o desenvolvimento do homem, o qual estaria no estado teológico em sua infância, no metafísico em sua juventude e no positivo em sua maturidade.
Segundo Comte, a época em que ele vivia já passava pelo estágio positivo e, assim, qualquer forma de conhecer a realidade que não fosse pela Ciência deveria ser extinta, já que o progresso e a construção de um mundo perfeito ocorreriam apenas como consequência do conhecimento científico.
“Estudando o desenvolvimento da inteligência humana [...] desde sua primeira manifestação até hoje, creio ter descoberto uma grande lei fundamental [...] Estalei consiste no seguinte: cada uma de nossas concepções principais e cada ramo de nossos conhecimentos passam necessariamente por três estágios teóricos diferentes: o estágio teológico ou fictício, o estágio metafísico ou abstrato e o estágio científico ou positivo [...] daí três tipos de filosofia ou de sistemas conceituais gerais sobre o conjunto dos fenômenos, que se excluem reciprocamente. O primeiro é um ponto de partida necessário da inteligência humana; o terceiro é seu estado fixo e definitivo; o segundo destina-se unicamente a servir como etapa de transição.” COMTE, Augusto. Curso de filosofia positiva.

A classificação das Ciências 

Comte classificou as Ciências a partir das mais gerais para as menos gerais, de acordo com a generalidade do seu objeto. Logo, segundo essa concepção, a mais geral de todas as Ciências seria a Matemática, seguida da Astronomia, da Física, da Química, da Biologia e da Sociologia, com objetos progressivamente menos gerais, e, portanto, mais complexos. Partindo dessa classificação, a Sociologia comtiana figura como a mais complexa de todas as Ciências. Para Comte, os caminhos para se alcançar o conhecimento das leis que regem a sociedade são a observação, o experimento e o método comparativo. Segundo o filósofo, para se passar de uma sociedade desordenada para uma ordenada, é necessário um conhecimento científico sobre tal sociedade e, para que esse conhecimento seja eficaz, deve-se encontrar as leis que regem os fenômenos sociais de modo que se perceba as relações de causa e efeito no interior dessa sociedade. Comte chama a Sociologia de “física social”, pois, assim como a Física encontra as leis dos fenômenos naturais e dos movimentos dos corpos, a Sociologia é capaz de encontrar as leis que regem a sociedade. Comte não menciona a Filosofia em sua classificação, uma vez que ela tem o papel de ordenadora e de instrumento de conhecimento de todas as outras Ciências.
A religião da humanidade
Em sua última grande obra, O sistema de política positiva, escrita entre os anos 1851 e 1854, Comte demonstrou sua crença de que a teoria positiva pudesse produzir uma sociedade regenerada. O aperfeiçoamento dos homens se daria por meio da Ciência e das leis sociais, as quais assumiriam o papel de religião. Porém, nessa religião positiva, não se adoraria uma divindade extraterrena, mas sim a própria humanidade. O amor a deus, portanto, presente no estágio teológico, cederia lugar, no estado positivo, ao amor à humanidade.
Para Comte, a ideia de humanidade representa todos os indivíduos que existem, existiram e que ainda irão existir, sendo um conceito que engloba mais do que apenas os indivíduos particulares. Todos os indivíduos são como células de um grande organismo, a humanidade, que deve ser venerada como eram os deuses.
Tomando como base a organização do catolicismo, como cultos, ritos, hierarquia e doutrina, Comte afirmou que a nova religião da humanidade também deveria ter dogmas, os quais consistiriam nas verdades científicas e na Filosofia Positiva. Também existiriam sacramentos, como o batismo secular, o crisma e a unção dos enfermos, e seriam construídos templos, os institutos científicos, dentre outros.


“O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim.” Augusto Comte

O positivismo no Brasil

O positivismo, enquanto movimento filosófico, espalhou-se por todo o mundo, chegando ao Brasil e ocupando lugar de destaque na política e no pensamento nacionais durante a passagem do século XIX para o XX. Dentre os mais importantes positivistas, destacam-se o Coronel Benjamin Constant, considerado o fundador da república brasileira, e os pensadores Miguel Lemos (1854-1917) e Teixeira Mendes (1855-1927). Além disso, cabe ressaltar que os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram especialmente marcados pelas influências positivistas.
A expressão mais clara da influência do positivismo no Brasil figura na própria Bandeira Nacional, que traz a máxima política positivista “Ordem e Progresso”, originada como uma variação da citação de Comte: “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”, que representa o desejo de uma sociedade justa, fraterna e progressista. Tal frase conduz ao pensamento de que a ordem das coisas, expressa no conhecimento científico a partir das relações de causa e efeito, levaria ao progresso inevitável na vida material e na sociedade, sendo esta a principal crença do positivismo.
O lema “Ordem e Progresso”, impresso na Bandeira Nacional, nasceu do pensamento positivista, segundo o qual somente pela ordem é possível alcançar o progresso.
De acordo com a perspectiva positivista, o progresso é fruto de uma atitude racional deliberada, podendo ser alcançado por meio de decisões racionais e científicas, as quais devem ser tomadas por governos competentes, constituídos de pessoas capacitadas.

O Positivismo Primeira Parte - 3° ano



O positivismo foi um movimento filosófico do século XIX que teve como principal característica a romantização da Ciência, ou seja, a crença de que ela deveria servir como guia exclusiva da vida individual e social do homem: deveria ser, assim, o único conhecimento, a única moral, a única religião possível. Exercendo grande influência em todo o pensamento europeu, o positivismo tinha em sua essência as ideias empiristas, o que o fez ser considerado por alguns estudiosos como um desenvolvimento do empirismo. Tendo como principal representante Augusto Comte (1789-1857), o movimento positivista espalhou-se por todo o mundo ocidental e manifestou-se nas mais diversas áreas do conhecimento.

Derivado do latim positum, o termo positivismo refere-se àquilo que está posto, situado, que existe na realidade, referindo-se, portanto, a tudo o que pode ser observado e experimentado. Esse termo foi utilizado pela primeira vez por Saint-Simon (1760-1825), um dosfundadores do socialismo utópico, para designar o método exato das Ciências e sua extensão para a Filosofia, acreditando que o avanço da Ciência determinaria as mudanças políticas, sociais, morais e religiosas pelas quais a sociedade deveria passar.

Tendo em vista a definição do termo, fica clara a crítica do positivismo a qualquer filosofia metafísica, a qual buscava algo que ultrapassasse a simples aparência dos seres, ou seja, a filosofia que buscava uma essência imaterial das coisas por meio da razão. Para a filosofia positivista, só é conhecimento aquele que diz respeito ao mundo material (empírico), sendo que tudo aquilo que não se possa experimentar não existe ou não pode ser conhecido.

O positivismo desenvolveu-se plenamente em uma Europa que vivia um quadro político de paz substancial, a qual se deu logo após os movimentos revolucionários de1848, conhecidos também como A primavera dos povos, e, também, em um contexto de expansão colonial europeia na África e na Ásia. Nesse contexto social e político, a Europa vivenciava a concretização de seu desenvolvimento industrial, o que trouxe uma mudança radical no modo de ser e de viver dos homens, graças aos avanços proporcionados pelo desenvolvimento das ciências e pela produção de novas tecnologias. Tais tecnologias modificaram todo o modo de produção dentro das indústrias, trazendo como inevitável consequência o crescimento vertiginoso das cidades, que se tornaram centros urbanos cada vez mais procurados por trabalhadores em busca de novas oportunidades de emprego e renda, rompendo com o antigo equilíbrio entre cidade e campo.

A riqueza aumentou juntamente com a produção em larga escala, criando-se assim um ciclo virtuoso entre oferta e procura, pois, à medida que a produção aumentava, crescia também o número de trabalhadores assalariados, o que, consequentemente, gerava mais produção. Naquele momento, ocorreram importantes avanços científicos, como na Medicina, por exemplo, que encontrou solução para algumas das doenças infecciosas que afligiam a humanidade.

Foi nesse período também que a Revolução Industrial atingiu o auge de seu desenvolvimento, o que mudou radicalmente a vida dos homens. O entusiasmo com o progresso da humanidade, visto como algo certo e irrefreável, e com a construção de uma vida melhor e mais feliz, a qual seria proporcionada pelos avanços científicos, pode ser notado em diversos aspectos da vida humana, tendo-se em vista a crença de que todos os problemas seriam resolvidos pelo conhecimento científico aplicado na indústria e na educação.

De 1830 a 1890, os avanços dos conhecimentos nos vários campos do saber se fizeram notáveis. Na Física, os estudos de Hertz sobre o Eletromagnetismo e os de Joule e Thomson sobre a Termodinâmica foram os grandes destaques. No campo da Biologia, Pasteur desenvolveu a microbiologia. Bernard desenvolveu a Fisiologia e a medicina experimental e Darwin, sua Teoria Evolucionista. Nesse momento da História, como sinal do crescente conhecimento da Engenharia e de suas tecnologias, foram construídos a Torre Eiffel, em Paris, e o canal de Suez, ligando a Europa à Ásia, o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho.

O positivismo encontrou, assim, seus principais pontos de apoio na estabilidade política da Europa, no notável crescimento das indústrias, no desenvolvimento latente das ciências e no aparecimento de novas tecnologias. Visto como o romantismo da Ciência, o positivismo acompanhou e estimulou o surgimento e a afirmação da organização técnico-industrial da sociedade moderna, o que se expressa no otimismo que acompanhou a origem do movimento de industrialização.

Essa corrente de pensamento pode ser dividida em duas formas históricas essenciais:

1. Positivismo social: Essa forma de positivismo, representada por Saint-Simon, Augusto Comte e John Stuart Mill, surgiu da necessidade de constituir a Ciência como o fundamento de uma nova ordenação social e religiosa da sociedade.

2. Positivismo evolucionista: Essa segunda forma, representada por Spencer, ampliou o conceito de progresso do positivismo e lutou por sua imposição em todos os campos da Ciência.



Teses fundamentais do positivismo:

1. A Ciência é o único conhecimento possível e seu método é o único válido para a obtenção do conhecimento verdadeiro. Logo, a busca por causas ou princípios que não sejam acessíveis ao método científico não leva, absolutamente, ao conhecimento. A investigação metafísica, ou seja, a busca por verdades que ultrapassam a matéria, não tem nenhum valor.

2. O método da Ciência busca descrever os fatos e mostrar as relações constantes entre eles, expressando-os em leis que permitem ao homem realizar a previsão dos fatos futuros, tese defendida por Comte. No campo da evolução, Spencer afirma que as experiências permitem prever a gênese evolutiva dos fatos mais complexos a partir dos mais simples, uma vez que a lei advinda da observação e da experiência da natureza é a tradução da regularidade observada na natureza. Assim, o positivismo baseia-se na identificação das leis causais e no domínio sobre os fatos. O método descritivo pode ser aplicado tanto no estudo da natureza quanto no estudo da sociedade. Os fatos naturais, além de constituírem as relações de causa e efeito no mundo natural, também o fazem no mundo social, nas relações entre os homens, o que deixa clara a importância da Sociologia para o positivismo.  



3. O método da Ciência, por ser o único válido, deve ser estendido a todos os campos de indagação e da atividade humana, que, tanto no campo individual quanto no social, deve ser guiada por ele. O método científico é, portanto, o único capaz de possibilitar a compreensão do mundo e também a resolução de seus problemas. Por essa razão, surge a crença de que a Ciência é capaz de construir um mundo melhor, resolvendo todos os problemas humanos e sociais.



4. No momento histórico do positivismo, observou-se um otimismo crescente, já que a humanidade acreditava que o progresso era inevitável e que o caminho para a construção de um mundo melhor havia sido, enfim, encontrado. Essa nova realidade de bem-estar geral, de paz e de solidariedade deveria ser então construída pelo conhecimento científico e pelo trabalho humano.



5. Nesse período, acreditava-se que o positivismo construiria um mundo melhor e mais justo, em que todos teriam garantidas as melhores condições devida, proporcionando a plena felicidade a todos. Esse estágio de desenvolvimento humano seria inevitável e, por isso, o positivismo trazia uma visão messiânica da História, acreditando que o mundo positivista era o último .



6. O positivismo foi visto como o auge dos ideais iluministas que, rompendo com uma concepção idealista de conhecimento, valorizavam os fatos empíricos como os únicos capazes de levar ao conhecimento verdadeiro, além de valorizarem a fé na racionalidade, o poder da Ciência para resolver os problemas humanos e sociais e a cultura como criação exclusivamente humana sem a interferência da divindade.



7. De uma forma geral, o positivismo pecou pela confiança acrítica na Ciência, vista como aquela que produziria um novo mundo pelo progresso. A inevitabilidade defendida pelo positivismo era considerada inquestionável, o que fugia ao espírito da própria Filosofia.

8. O pensamento positivista levou à formulação de críticas a todo o conhecimento que não fosse real e empiricamente comprovado. Assim, ainda que o positivismo tenha caído, mais tarde, em uma concepção metafísica de igual proporção, a metafísica e qualquer concepção idealista de mundo eram combatidas como formas inferiores e antiquadas de pensamento.

9. Alguns marxistas criticaram o positivismo ao vislumbrar, nessa concepção de progresso inevitável, a concretização dos ideais burgueses e dominadores.

10. No positivismo, a Teologia e a Metafísica foram substituídas pelo culto à Ciência, considerada a única capaz de compreender o mundo. O mundo espiritual foi, assim, substituído pelo mundo humano, e as ideias de espírito ou essência foram substituídas pela ideia de matéria.


AUGUSTO COMTE 


Nascido em 19 de janeiro de 1798, em Montpellier, França, membro de uma modesta família católica, Augusto Comte ficou conhecido como o fundador da Sociologia e como o maior representante do positivismo enquanto movimento filosófico.

Apesar da educação religiosa recebida, afastou-se da fé católica aos 14 anos de idade, ingressando, em 1814, na Escola Politécnica de Paris (École Polytechnique), a qual exerceu forte influência sobre seu pensamento. Retornou em seguida à sua cidade natal, onde estudou Medicina por pouco tempo. Em 1817, retornou a Paris, passando a sobreviver de seu trabalho como professor particular de Matemática e escrevendo para alguns jornais.

Aqueles foram tempos tortuosos para Comte, que passava por necessidades financeiras, tendo de recorrer constantemente ao dinheiro enviado pela mãe para sobreviver. Durante certo tempo, foi secretário de um banqueiro na cidade e, de 1818 a 1824, tornou-se secretário do socialista utópico Conde de Saint-Simon, sobre o qual teceu duras críticas mais tarde. Em 2 de abril de 1826, iniciou seu curso público de Filosofia Positiva. Abandonado pela mulher, sofreu sérias perturbações mentais, suspendendo o curso de Filosofia, o qual retomou somente em 1829, tendo mantido-o até 1842, período de publicação da redação do curso.

Em 1844, começou seu envolvimento amoroso com Clodilde de Vaux, que faleceu no ano seguinte, vítima de tuberculose. Com a morte da amada, Comte vivenciou maus momentos, o que influenciou fortemente para que seu pensamento se tornasse uma espécie de misticismo, com a consequente fundação da religião da humanidade em 1852. Comte faleceu em 5 de setembro de 1857, em Paris, possivelmente acometido de câncer. Sua última casa, situada à Rua Monsieur-le-Prince, nº 10, em Paris, foi posteriormente adquirida por alguns positivistas e transformada no Museu Casa de Augusto Comte.

Obras

Planos de trabalhos científicos para reorganizar a sociedade, 1822.

Curso de filosofia positiva, sua obra-prima, publicado em seis volumes, escrito de 1830 a 1842.

Discurso sobre o espírito positivo, 1844.

Discurso sobre o conjunto do positivismo, 1948, reunindo, no 4º volume, seis opúsculos editados de 1819 a 1828.

Sistema de política positiva, instituindo a religião da humanidade, em quatro volumes, escritos de 1851 a 1854.

Catecismo positivista ou sumária exposição da religião da humanidade, 1852.

Síntese subjetiva ou sistema universal de concepções próprias ao estado normal da humanidade, 1856.
Além dessas obras, há três outras publicadas postumamente.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Maduros até a página dois Rosely Sayão


Matéria publicada na Folha de São Paulo, 20 de março de 2012.

UMA JOVEM de 17 anos me escreveu contando que namora um garoto de 15 anos, seu colega de escola. Segundo ela, os dois se gostam, estão juntos desde o ano passado, têm vida sexual ativa e pretendem permanecer namorando.
O problema, conta a garota, é que os pais dele são contra o namoro por causa da diferença de idade entre eles. "Eles dizem que sou muito velha para namorar o filho deles", reclama. Já a mãe dela não coloca empecilho algum em relação a isso.
O que me surpreendeu foi o pedido dela dirigido a mim: que eu conversasse com os pais do namorado para resolver o problema dela.
Isso me fez pensar em muitas outras situações da vida de nossos jovens. Eles parecem ter autonomia de vida bem cedo: frequentam festas nas madrugadas, ingerem bebidas alcoólicas, viajam sem a companhia de adultos, residem temporariamente em outros países etc.
Os jovens têm vida de gente grande desde o início da adolescência. Vida social, pelo menos. Mas será que na vida pessoal eles amadurecem? Temos indícios de que não.
Um desses indícios está no exemplo de nossa leitora de hoje. Ela não encontra outra maneira de resolver o que considera um problema em sua vida a não ser pedir para que um adulto resolva a questão por ela. Não é estranho que uma jovem de 17 anos, que faz tudo o que ela me conta que faz, peça tal coisa?
Depois de conversar com vários jovens dessa idade, constatei um ponto interessante para a nossa reflexão de hoje: os jovens manifestam uma dificuldade de dialogar com os adultos.
Eles falam com os adultos: expõem suas polêmicas opiniões a respeito dos assuntos em pauta, têm sempre bons argumentos para convencer os mais velhos a aceitarem seus pedidos, sabem comunicar o que querem.
Entretanto, em situações de conflito, principalmente quando essas envolvem algum aspecto de suas vidas, não sabem como se comportar, não conseguem enfrentar a situação, perdem toda a segurança que tentam mostrar que têm.
Os jovens acham que não são levados a sério pelos adultos nessas circunstâncias. Pode ser que eles tenham razão.
Conversei também com pais de adolescentes. Muitos deles acreditam que os problemas enfrentados pelos filhos são pequenos ou não significam nada.
Os pais fazem pouco dos altos e baixos emocionais que os filhos sofrem e acham que problema sério mesmo é a escolha do curso universitário que eles farão, o futuro que terão etc.
Essa é uma boa maneira de dificultar o diálogo com os mais jovens: eles percebem, mesmo que não seja expressamente dito, as avaliações dos adultos frente às questões de suas vidas.
Nossos jovens precisam de nós, adultos. Precisam de nossa ajuda para amadurecer, para encontrar coragem na busca de boas soluções para seus problemas, para enfrentar um mundo que começam a descobrir com seu próprio olhar, para enfrentar as vicissitudes da vida.
Só seremos boa companhia para eles nessa jornada se tivermos paciência para dialogar, conflitar, bancar junto a eles o lugar que logo ocuparão: o de adultos maduros que fazem escolhas e arcam com as consequências delas.
Nossa jovem leitora precisa saber que ela pode, sim, continuar a namorar o garoto mais novo -apesar da opinião contrária manifestada pelos pais dele. Sim, é possível. Mas ela precisa saber também que o possível pode ser difícil de enfrentar.
Isso é amadurecer. 

ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha)

Ética por Luiz Felipe Pondé


De fato é muito feio dizer que as pessoas devem ser julgadas pelo que elas "servem". Mas, se o mundo está esmagado sob essa máxima funcional (as pessoas só valem quando "servem para alguma coisa"), ainda queremos que ela seja dita em voz baixa.


Muitas pessoas estão prontas para se indignar quando dizemos que alguém não "serve" para nada. Mas, no seu dia a dia, é esse mesmo jargão que rege seus atos.

Talvez, essa máxima funcional deva vir embalada em bobagens como "tenho direito de ser feliz, por isso vou lhe abandonar, porque não vejo uso em você".

Mas eu, que tenho uma vocação natural para iconoclastia (a arte de ir contra o "coro dos contentes" e não ter medo da opinião alheia, coisa rara num mundo intelectual que agoniza sob a bota do ressentimento dos ofendidos profissionais, a nova face da velha censura), não me contenho e penso em algumas situações onde a máxima "as pessoas só valem pelo que servem para as outras" decidiria nosso futuro. Quer ver um exemplo?

O que diriam para uma jovem mulher (ou homem, tanto faz) caso seu marido (ou esposa) sofresse um acidente que o(a) deixasse inválido para a vida normal? Sem movimento, sem corpo, sem sexo, sem trabalho, sem vida, sem poder ir jantar fora, viajar ou ir ao cinema.

Será que alguém diria "fique ao lado dele até a morte"? Ou "abra mão do seu corpo, do seu movimento, do seu trabalho, do seu sexo, para cuidar dele"? Ou seria mais provável que ouvíssemos coisas do tipo: "Você tem direito de ser feliz, não sinta culpa". Ou, talvez, num modo mais espiritual: "Talvez ele tenha escolhido esta forma de provação, mas você não é obrigada a abrir mão da vida junto com ele". Ou ainda: "Antigamente você seria obrigada a aceitar isso como o fim da sua vida, mas ainda bem que hoje o mundo mudou e as pessoas têm o direito de buscar sua satisfação na vida sem ter que sentir culpa".

A questão aqui em jogo é o caráter insuportável do dia a dia. A perda da liberdade de escolha na qual você é jogada por conta do acidente do outro. A hipocrisia está em negarmos que o abandono como "direito à felicidade" está sustentado na inutilidade do outro para a sua felicidade.

Talvez por conta de minha natureza arredia a festas, coquetéis e eventos, eu entre em agonia diante de tamanho papo furado. Você me pergunta: "Qual é o papo furado?". Respondo que o papo furado é negar que vivemos sob a tutela dessa moira cega que manda em nossa existência: só temos companhia quando "servimos" para algo.

Claro que não há saída fácil para uma tragédia como essa (um acidente que destrua a vida de alguém com quem escolhemos viver junto), mas a saída começa por reconhecermos que você não tem saída. Abrir mão de sua vida é um suplício, mas o outro sabe que se tornou um estorvo em sua vida e que em algum momento terá que encarar o fato de que "não serve mais para nada".

Terrível condição, escândalo insuperável. Seria o silêncio enquanto o abandonamos uma forma mais elegante de fugir? Talvez uma visita de vez em quando e uma boa enfermeira ao seu lado, paga por nós?

A vida nos obriga a fazer escolhas terríveis, mas parece que agora decidimos que "tudo é bonito se dissermos que é bonito". Como nos contos de fadas. Mentira: nossas escolhas são pautadas pelo útil, nossos atos são calculados, nossos afetos são estratégicos. E a moderna ciência do egoísmo encontra as fórmulas para fazer isso tudo bonito. E o contrário disso não é a felicidade, mas a maturidade. Adultos infantis não gostam disso. Preferem ser avatares de si mesmos num mundo sempre florido.

A infantilização do mundo caminha a passos largos. Todos abraçam sua "mentira ética" como forma pessoal de marketing de comportamento. Como numa espécie de "lenda ética sobre si mesmo", queremos projetar de nós mesmos uma imagem de doçura que, na calada da noite, traímos.
É nessa mesma calada da noite que acordo e peço a Deus que me faça não ver os outros apenas como "uso". Mas sempre fracasso. Não pensar nas pessoas apenas como objeto de uso é uma conquista dolorosa, como tirar leite de pedras.

Decisões morais - CONTARDO CALLIGARIS

FOLHA DE SP - 29/11/2012


Você está na posição ideal para pisar fundo e atropelar os dois assaltantes; você vai acelerar?


É uma da tarde, e você dirige uma caminhonete pelas ruas de São Paulo. De repente, você esbarra num carro parado; ao lado dele, dois motoqueiros; um dos dois enfia seu braço armado pelo vidro do motorista do carro; o assaltante ameaça e grita, ele pode atirar a qualquer momento, quer seja porque não estão lhe entregando o que ele pediu, quer seja porque não gostou do que lhe foi entregue, quer seja porque, simplesmente, ele está nervoso e a fim de matar.

Atrás de você e da cena do assalto, só buzinam os mais afastados, que não enxergam o que está acontecendo. Os mais próximos ficam paralisados, divididos entre o medo e a vergonha por não reagirem e por serem cidadãos de um lugar onde isso é possível e corriqueiro.

Você está na posição ideal para pisar fundo e atropelar os dois meliantes, antes que atirem ou que fujam, ganhando, mais uma vez, dos assaltados e de todos nós.

Você não vai acelerar. É por medo de que o assaltante evite seu carro e acerte você com um tiro? É por preguiça de se envolver com polícia e investigação? Ou receia que cúmplices e familiares dos criminosos se vinguem?

Tudo bem, imaginemos que seja noite funda: não há ninguém, só os assaltantes, os assaltados e você. Ninguém verá nada. Ainda assim, você não vai acelerar?

Talvez prevaleça em você a inibição que paralisa a muitos na hora de machucar um semelhante, mesmo odioso. Ou talvez você queira agir "segundo a lei". Mas você sabe que a lei contempla e admite a "legítima defesa de terceiro"? Tudo bem, sua única obrigação jurídica é acionar a autoridade competente: fique no seu carro e ligue para a PM, uma viatura chegará a tempo para interromper o assalto e proteger os assaltados -não é verdade?

Ok, você hesitou demais, um dos assaltados acaba de ser baleado. Juridicamente, você não tem responsabilidade por não ter agido. A lei não exige de ninguém que seja herói. Mas será que isso é verdade também da moral? Você vai dormir tranquilo?

Outro dilema. Agora, imagine que, exatamente na mesma cena, você seja o assaltado. A caminhonete do dilema anterior apareceu, atropelou os assaltantes e sumiu. O bandido para quem você entregou sua bolsa está no asfalto, numa poça de sangue. Você faz o quê? Chama uma ambulância e espera para dar depoimento? Ou recupera o que lhe foi roubado e vai embora?

Já escrevi aqui mais de uma vez: admiro a teoria dos estágios do pensamento moral, de Lawrence Kohlberg. Resumindo, com nosso exemplo: é inútil querer decidir se é mais moral jogar a caminhonete para cima dos ladrões ou se esconder atrás do volante.

O que importa é a razão de nossa escolha. Se decidirmos por medo da punição, por conformidade ou mesmo por respeito à lei, nossa conduta será moralmente medíocre. Se decidirmos segundo o que nos parece certo, em nosso foro íntimo, nossa conduta -seja ela qual for- será de uma qualidade moral superior.

Mais uma coisa: Kohlberg também mostrou que a gente não melhora moralmente à força de memorizar valores ou exemplos a seguir, mas destrinchando dilemas e ponderando como e por que agiríamos de uma maneira ou de outra.

Os dois dilemas que acabo de expor são extraídos de um filme excelente, que não me sai da cabeça, "Disparos", de Juliana Reis, em cartaz desde sexta passada.

"Disparos" acontece no Rio, embora seu roteiro seja, hoje, mais paulistano do que carioca. De qualquer forma, não perca o filme e não fuja do debate íntimo sobre o que você faria numa situação parecida (até porque as chances de viver uma situação parecida aumentam a cada dia).

O Senado acaba de incluir disciplinas de ética no currículo do ensino fundamental e médio. Espero que se evite a monumental estupidez de ensinar ética normativa, ou seja, de querer enfiar valores em nossas crianças -goela abaixo, como se fossem partículas consagradas.

Para crianças como para adultos, "aprender" ética significa aprimorar a disposição a pensar moralmente, ou seja, a capacidade de debater, em nosso foro íntimo, os enigmas complexos (e, muitas vezes, insolúveis) que a realidade nos apresenta. Como disse, essa disposição só melhora à força de encarar dilemas.

Sem esperar o mais que provável desastre do novo curso, podemos ir (e levar nossos adolescentes) ao cinema. "Disparos" é um filme perfeito para pesar a complexidade da vida urbana no Brasil, ou seja, para pensar o que significa sermos morais hoje, aqui, no lugar em que estamos vivendo.

domingo, 17 de maio de 2015

Pra que serve a Filosofia? Por Danilo Marcondes

A pergunta sobre o que é a filosofia e para o que serve é inevitável sempre que nos confrontamos pela primeira vez com este pensamento que nos causa estranheza e fascínio. Na verdade, esta pergunta é tão antiga quanto o próprio surgimento da filosofia, mas claramente não possui resposta única. Se olharmos para os vinte e cinco séculos da tradição filosófica ocidental, vemos a filosofia definida de diferentes formas, algumas até conflitantes: a filosofia pode ser uma visão de mundo, uma forma de autoconhecimento, um método de questionamento, um sistema de saberes. Os pré-socráticos, Sócrates, os sofistas, Platão e Aristóteles conceberam a filosofia de maneiras distintas reivindicando cada um para si a autêntica filosofia.
Sexto Empírico, filósofo cético dos séculos II - III, foi um dos pensadores que formulou essa questão de modo mais contundente. Diz ele que em toda investigação temos três resultados possíveis: acreditamos ter encontrado a resposta, acreditamos ser impossível encontrar a resposta, continuamos buscando. No primeiro caso, nos tornamos dogmáticos e a investigação cessa; no segundo caso, somos também dogmáticos, ainda que em um sentido negativo, e a investigação igualmente cessa; só no terceiro caso, segundo Sexto, temos a autêntica filosofia, aquela que continua a investigar, para a qual a busca é mais importante que a resposta.
De certo modo, a filosofia moderna incorporou a posição cética, considerando que nenhuma teoria, nenhum sistema, nenhum tipo de saber podem pretender ser conclusivos, podem querer ter a palavra final sobre o que quer que seja. A contribuição da filosofia tem sido portanto, desde o seu nascimento na Grécia antiga, a interrogação, o questionamento, a pergunta. Para a filosofia, não há nada que não possa ser posto em questão. Deve ser possível discutir tudo. E é o caráter inconclusivo das respostas que nos convida a retomar as questões, a repensá-las, a procurar nossas próprias respostas, fatalmente também inconclusivas.

3° ano atividades 1 e 2



Atividade 1

Filosofando página 216: leitura do texto “O que é esclarecimento”, de Immanuel Kant e resposta das questões 1, 2, 3 e 4.
Elabore o vocabulário do texto com, no mínimo, 10 palavras desconhecidas ou termos filosóficos importantes.


Atividade 2


Leitura do Capítulo 11 do livro Filosofando, apenas as páginas 133 a 145, 147 e 148. Responder aos exercícios da página 152, de 1 a 6 e de 8 a 11.